ESTÁTUAS DE MADRI
- Capixaba no mundo
- 10 de set. de 2019
- 4 min de leitura
Atualizado: 12 de set. de 2019
Madri conta com uma quantidade interessante de estatuas, e nesse post estarei falando sobre algumas, que conta a história da capital espanhola.

São as estátuas urbanas mais curiosas de Madrid, aquelas que nos surpreendem quando deambulamos pela cidade. Encontram-se dispersas um pouco por todo o lado, e quando o visitante as encontra – algumas não são fáceis de ver -, seguramente não resistirá a tirar uma fotografia ao seu lado, ou com elas como fundo.
O varredor na Plaza de Benavente

Entre a Puerta del Sol e a Calle de Atocha, exatamente na praça de Jacinto Benavente, encontra-se uma estátua que quase poderia ser real, pois representa um varredor com a sua escova, em pleno trabalho.
Quando nos apercebemos de que se trata de uma figura de bronze, imediatamente agarramos o telemóvel para a imortalizar numa fotografia. “Barrendero madrileño 1960” é, provavelmente, uma das estátuas mais fotografadas de Madrid.
Trata-se de uma escultura de aspecto bem realista, da autoria de Félix Hernando García, e é uma homenagem a este coletivo de trabalhadores, essenciais para a vida de uma grande cidade como Madrid: os varredores. A estátua foi inaugurada em 2001.
“Acidente aéreo”

Quem levantar os olhos para o céu, na Calle Mayor, muito perto de Puerta del Sol, poderá observar lá no alto uma impactante imagem, que os madrilenos conhecem pelo nome de “El ángel estrellado” (o anjo acidentado).
Trata-se de uma estátua em bronze, de mais de 300 quilos de peso, obra do artista Miguel Ángel Ruiz Beato.
Esta escultura encontra-se desde o ano 2005 no terraço de um edifício de cinco pisos, situado no número 3 da Calle de los Milaneses.
A escultura, cujo verdadeiro nome é “Acidente aéreo”, representa uma figura de um anjo com a cabeça esmagada contra o edifício, com os pés em alto e as asas abertas.
O Dia e a Noite

Nos acessos da estação de caminho-de-ferro de Madrid-Atocha encontraremos duas cabeças gigantes de bebé, que parecem idênticas, mas que não o são.
Uma representa o “Dia” e a outra, a “Noite”, e o seu autor é o artista de Tomelloso, Antonio López García, que se inspirou na sua neta Carmen, quando esta tinha apenas 6 meses de idade, para criar esta obra.
Uma das cabeças de bebé tem os olhos fechados, enquanto a outra os mantém abertos. Trata-se de duas peças hiper-realistas, realizadas por encomenda do Ministério de Fomento em 2002.
Julia, a primeira universitária

Na Calle del Pez, fazendo esquina com a de San Bernardo, encontramos a escultura de “Julia”, a primeira universitária de Madrid, que ia estudar para a Central de San Bernando disfarçada de homem. Ou, pelo menos, é que diz a lenda urbana a ela associada.
Podemos vê-la apoiada num dos muros laterais do Palacio Bauer. Há quem assegure que a estátua representa a Concepción Arenal, escritora e jurista, que em 1840 se disfarçou de homem para poder frequentar a carreira de direito. O autor da estátua, Antonio Santín, batizou-a como “Tras Julia”.
Duas crianças a ler em frente à Biblioteca Nacional

No Paseo de Recoletos, em frente à Biblioteca Nacional, encontra-se uma estátua que representa duas crianças a ler, uma visão que emociona, numa época tão digital como é a nossa.
Este monumento, com apenas um metro de altura, foi inaugurado no dia 23 de abril de 1984, e é uma obra de Manuel García Buciños. Na sua base pode-se ler a inscrição “Los libreros españoles, al libro y sus creadores” (Dos livreiros espanhóis ao livro e aos seus criadores).
“La mano” de Botero

Esta obra de Fernando Botero fez parte de uma grande mostra antológica dedicada a este artista, sendo posteriormente instalada em Madrid, de forma permanente. Pesa mais de 500 quilos, e foi adquirida por Telefónica, empresa que a cedeu à cidade de Madrid para ser exposta permanente num lugar público.
Pode contemplar-se no Paseo de la Castellana, à altura do Museu Nacional de Ciências Naturais.
“La sirena varada”, de Chillida

Esta monumental escultura de Eduardo Chillida, que tem por título “La sirena varada” (a sereia varada) é uma das obras que formam parte do Museu de Arte Público do Paseo de la Castellana, situado debaixo da passagem superior que une as ruas de Eduardo Dato e Juan Bravo.
Neste museu ao ar livre dedicado à escultura também se podem contemplar obras de Eusebio Sempere, Andreu Alfaro, Gustavo Torner, Gerardo Rueda, Palazuelo, Miró e Pablo Serrano, entre outros artistas.
La abuela roquera

“La abuela roquera” (a avó do rock) de Vallecas é talvez uma das esculturas mais curiosas de Madrid, e pode ver-se no Bulevar deste bairro madrileno, na rua Peña Gorbea.
Ángeles Rodríguez Hidalgo (1900-1993) era o verdadeiro nome desta enérgica mulher, fã do grupo AC/DC, que escrevia colunas e reportagens sobre música para a revista Heavy Rock.
A escultura é da autoria de Carmen Jorba, e foi inaugurada em 1994, e sufragada com os fundos reunidos num concerto em que tocaram os grupos Esturión, Ñu, Asfalto, Sobredosis e outras bandas históricas do heavy metal nacional.
El Ángel caído

A esculutra “El Ángel Caído” (O anjo caído) é uma das poucas estátuas em todo o mundo que representa a Lucifer expulso dos Céus. Encontra-se no Parque del Retiro e é obra do escultor Ricardo Bellver, que a apresentou na exposição Universal de Paris. O Município de Madrid adquiriu a obra em 1885, e instalou-a no Retiro.
Á quem atribua a esta escultura propriedades malignas, porque se encontra exatamente a 666 metros de altitude, e porque o seu pedestal tem oito lados (o número associado ao caos). No entanto, o Demónio é retratado com um aspecto bastante humano.
El Vecino curioso

Em pleno centro de Madrid, na confluência da Calle Mayor com a Calle de la Almudena, encontra-se a estátua em bronze conhecida como “El Vecino Curioso” (O vizinho curioso).
A obra representa uma figura masculina que se assoma sobre uma balaustrada, desde a qual se podem contemplar os restos arqueológicos da igreja de Santa María de La Almudena.
O seu autor é o escultor Salvador Fernández Oliva, e a obra foi ali colocada em 1999 para atrair as pessoas que passam por esta zona a que contemplem estes vestígios arqueológicos da nossa história. Seria capaz de adivinhar qual é a sua parte mais desgastada?
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